Há quem chame de belisquetes… - Sandra S.

Há, mas eu sou da velha guarda e tendo a pensar que são hors d’oeuvres os nossos petiscos, as comidinhas que chegam com os aperitivos. A nomenclatura importa, claro, mas não é essencial. Vamos passar à execução!

Gosto de começar por um gaspacho, sobretudo porque estou seguindo uma antiga orientação de Esteban Andrejuk (@dr.esteban.andrejuk), um médico e naturopata que é meu guru da alimentação saudável e hoje vive na Costa Rica e lá desenvolve programas de reeducação alimentar e retiros de desintoxicação.

A versão dele é leve. Pede um pepino, um tomate, os dois sem casca se não são orgânicos, uma pitada de sal *, um fio de azeite, um pouco de água mineral, de preferência, e o suco de um limão. Bater tudo no liquidificador. Mais do que uma sopa fria, o gaspacho é uma salada líquida que antecede a refeição. É uma bebida fresca que desperta o palato. Um abracadabra.

Depois, se você faz a própria coalhada, ou tem acesso a um bom fornecedor, deixe escorrer num pano fino e limpo uns dois potinhos de uma boa coalhada ou iogurte. Sem a água, o que fica é o labneh, como se chama a coalhada seca. Junte um pouquinho de sal e um fio de azeite.

Espalhe o labneh num prato raso, cubra com azeitonas picadas, folhinhas de hortelã, castanhas ou avelãs tostadas. Sirva com triângulos de pão árabe torrado.

Pode ser que uma salada caprese desconstruída também caia como uma luva nessa abertura dos trabalhos: é só fazer um suco de manjericão e tomate, temperar com azeite, sal e uma rodada do moinho de pimenta-do-reino. Servir com o queijo cortado em cubos, à guisa da azeitona no palito.

Por fim, sobre o sal, duas palavras. Hoje, encontramos as flores de sal, o sal rosa do Himalaia, o sal marinho. Encontre o seu.

Como dizia nossa Dona Canô, “o sal é um dom”. Faça bom uso.

SANDRA S. é carioca, formou-se em letras (cup-rio), com pós em literatura brasileira (puc-rio), e direito (ucam-rio). na frança, fez dois estágios profissionais de confeitaria na école lenôtre. hoje, escreve, traduz e cozinha. biblioteca.culinaria@gmail.com @setecolheres