Foi preciso que um chef francês recuperasse o jiló para as mesas brasileiras! Espanto-me, mas não foi sempre assim? Nossa necessidade de sermos validados pelo estrangeiro, os do primeiro mundo…
Há quem já tenha se libertado, mas a maioria ainda é cativa. Então, vale o fato: Claude Troigros transformou o que até então era comida de passarinho, no máximo um petisco de botequim, geralmente o único sinal de verdura na selva de proteína animal que costuma ser o balcão refrigerado de qualquer boteco, num interessantíssimo baba ganoush à brasileira.
A sua grande ideia foi perceber a semelhança entre jiló e berinjela, e criar, por aproximação, o surpreendente baba ganoush de jiló!
Ele dá a receita. Eu interfiro discretamente na receita do chef e quase excluo o pão, mas não por completo. Deixei umas duas torradinhas trituradas, que podem ser sem glúten, dando a consistência necessária…e ficou ótimo!
Para 8 jilós, 100g de tahine, 1 colher de sopa de mel, 1/2 xícara de azeite, 2 torradinhas trituradas, folhinhas de hortelã picadas, pimenta dedo-de-moça, sal.
Deixe os jilós cortados longitudinalmente de molho em água fria e o suco de dois limões, por meia hora.
Asse os jilós em forno quente por 20 minutos. Raspe bem a polpa dos jilós, misture aos outros ingredientes. Encha as metades de jiló com o baba ganoush, deixe na geladeira por 30 minutos.
Sirva frio, harmonizado com uma boa cerveja, e bom apetite!
SANDRA S. é carioca, formou-se em letras (cup-rio), com pós em literatura brasileira (puc-rio), e direito (ucam-rio). na frança, fez dois estágios profissionais de confeitaria na école lenôtre. hoje, escreve, traduz e cozinha. biblioteca.culinaria@gmail.com @setecolheres
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